Coisas de Laurinha

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Persistência, paciência e um toque de brincadeira hoje mostraram seu resultado: ela repetiu as vogais.

Já faz um tempo, não sei precisar quanto, venho repetindo as vogais para ela, mais ou menos como coloquei no título. Devagar, uma a uma. A primeira vez fiz por pura farra para emitir os sons. E a reação dela me surpreendeu. Ela ficou olhando meus lábios.

Foi então que decidi repetir, todos os dias, uma vez ou outra, enquanto troco a fralda, ou ela pede colo para brincar, enfim, momentos em que consigo prender a atenção dela. E ela simplesmente respondia com uma risadinha e um som como ‘ahaaaaaa’, denotando satisfação.

Passou a ser uma brincadeira. Mal começava a falar a letra “A”, ela já parava o que estava fazendo e vinha sentar perto. Sempre olhando fixamente meus lábios.

Hoje, após eu terminar a sequência, ela a começou, por sua própria conta. Então, meio que invertemos: ela falou primeiro e eu repeti. E ela falou todas as cinco letras.

Aplaudi, parabenizei e comemorei com ela. Ela sorriu, claro, é uma criança que adora ser elogiada.

Meu dia foi coroado quando, enquanto prendia seu cinto de segurança na cadeira no carro, comecei a falar as letras e ela as repetiu novamente. Me enchi de orgulho. E o papai ficou satisfeito e contente pelo progresso da nossa tartaruguinha.

Ela não me dá tchau, nem bom dia. Mas ela fala as letras do alfabeto junto comigo.
Ela FALA.

A coisa mais difícil é não transferir para a criança a nossa ansiedade de que ela fale.

Foi um período bastante tenso, enquanto aguardávamos exames, avaliações médicas. Tudo apenas para ter certeza. Com uma criança o “E se…” é a pior coisa na vida da gente e tirar a prova, mesmo que a probabilidade seja ‘mínima’, acaba sendo essencial para a paz da família.

E ela é normal. Muitos conhecidos vão dizer: “Mas é óbvio que ela é normal.”

Mas se existe uma chance, por mínima e menor que seja, de haver algo, esse grãozinho de areia numa praia vai incomodar como se fosse uma pedra grande no seu sapato.

Bom, não passou de um grãozinho. Aliás, tartaruguinhas adoram areia, não é mesmo?
Cada dia mais a Laura mostra seu desenvolvimento e nos ensina que temos que ter paciência (embora ela mesma não tenha, enfim… Vai aprender a ter…) pois ela está no caminho certo e vai chegar lá.

O vocabulário só aumenta: tchau, bom dia (esse é mais raro), alô e agora, as vogais. Isso sem contar o ‘dodói’, que ela repetiu no final de semana passado.

“Só mais um pouquinho gente e vocês não vão é ver a hora em que eu vá dormir pra parar de ouvir minha voz…”

É, é bem por aí e por mais absurdo que pareça, estamos ansiosos pra essa hora. 🙂

E ela falou. “DODÓI” foi a palavra.

Foi no sábado na casa da tia Sil, no ensaio do coral. Diante de várias testemunhas e a própria mãe, que segundo me contaram, ficou em choque pelo susto.

Hoje eu a levei a escola e a professora pediu pra falar comigo. Queria saber sobre os exames feitos para investigar o atraso na fala da nossa Kame. E nenhum exame trouxe NADA.

Temos uma criança totalmente saudável e normal em casa. Na verdade, muito sem-vergonha e preguiçosa.

A tia então me falou do quanto a Laura está diferente. A Laura que entrou na escolinha no começo do ano já é passado.
Hoje temos uma Laura mais interativa com as tias. Com as crianças já é um pouco mais complicado, mas é a fase. Fiquei olhando hoje a sala de aula por alguns minutos e achei extrema graça: todas as crianças brincavam… SOZINHAS. É da faixa etária mesmo. A Tia me disse que apenas duas delas, que são um pouco mais velhas é que costumam brincar juntas, mas mesmo assim brigam feito cão e gato.

Hoje em dia, quando a descemos do carro, ela segue pela calçada até a porta da escola, cumprimentando seus azulejos favoritos (na calçada de cimento, existem azulejos pintados espalhados. Ela se agacha e toca um por um dos que ela gosta até chegar na porta). Os porteiros lhe dão bom dia, mas ela não responde, entra e segue as setas feitas com ladrinhos, apontando para a entrada da casa principal da escola. Ali, ela já segue em direção à sua sala de aula e entra direto. Nem tenho que me preocupar. Apenas olho lá pra dentro pra ver o que ela está fazendo e me despeço das tias.

Na hora de vir embora, o Papai conta que ela acena para as tias e fala “tau”, como contei antes. Fala ‘tau’ pros porteiros e etc.

Em casa, ela está mais ‘sociável’ e requisita mais nossa companhia. Principalmente a minha.
Nos dias em que não tive trabalho, eu sentei com ela para brincar e ver tv. Então, agora ela me chama, pegando pela mão, para que eu vá com ela.

Está muito faladeira esta semana. Na lingua dela, mas tá falando pelos cotovelos. É até engraçado.

Enfim, fiquei feliz com o comentário da Tia sobre a evolução do comportamento da Laura.
É um grande progresso mesmo pra uma criança que se recusava a interagir com as pessoas.

Não foi a primeira chuva de granizo que a Laura presenciou. Mas desta vez, já um pouco maior, eu esperava alguma reação por parte dela.

O barulho era ensurdecedor devido ao telhado de fibra de vidro do terraço dos fundos. O vento castigou as telhas e as roupas no varal dançaram um bocado. Os cachorros estavam apavorados.

E a Laura?

A Laura estava sentada comendo seu pão de queijo do lanchinho da tarde, assistindo televisão. Caaaalma e serena, sem se abalar com a tempestade de verão que ecoava lá fora.

Mesmo quando o granizo danificou a fiação no poste em frente de casa, causando duas explosões e mais faíscas que iluminaram a janela da sala, nossa pequena tartaruga se limitou a rolar para o outro lado do colchão e comer mais um pão de queijo.

Só houve um momento em que ela ficou nitidamente perturbada: quando os cães entraram, no desespero de se esconder Tamuz pisou na almofada preferida dela, deixando marcas molhadas de suas patas.

Eu tive vontade de rir. A nenê ficou indignada! Contrariada e com uma careta de dar medo, pegou a almofada pisoteada e colocou em cima do colchão, onde estava sentada. De quebra, recolheu todas as outras espalhadas também.

Chover granizo não é problema. Explodir a fiação da rua também não.

Agora não pisa no travesseiro favorito dela!!! *risos*

É claro que o fio que estourou gerou mais novidades no dia, ou melhor, na noite.

Por volta das 18:30, a luz acabou. A concessionária desligou para fazer os reparos no fio arrebentado pela chuva.

As luzes se foram, nossa tartaruguinha olhou para mim com uma expressão de “O que é agora?”.

“Acabou a luz, Laura. Vem comigo, vamos pegar a lanterna”. Eu disse e fui até meu quarto pegar a lanterna que deixo na cabeceira da cama, exatamente para essas ocasiões. Com a lanterna, poderia procurar as velas e assim, iluminar a casa novamente.

Então. Ela pegou a lanterna primeiro. Toda faceira, saiu correndo pela casa escura com a lanterna na boca.
Quem mandou eu não enxergar no escuro, não é mesmo? Pelo jeito, tartaruguinhas enxergam.

Achei uma vela e após acendê-la, acendi outras.
Confesso que o clima ficou aconchegante. A luz das velas e o silêncio, já que chuva tinha passado, foram bastante relaxantes.

A Laura sentou em uma cadeira na sala de jantar e olhava maravilhada para as velas. Provavelmente para as chamas. Me lembro de como eu ficava fascinada com a maneira com que a chama da vela ‘dança’. Havia pelo menos 4 velas sobre o móvel. Desceu, correu pra outra sala. Brincou novamente com a lanterna, voltou… Não pareceu se abalar muito não.

Duas horas depois, as luzes voltaram. Ela nem se mexeu da cadeira onde havia sentado novamente minutos antes. Continuou olhando as velas. Foi quando acendi a luz da sala de jantar. Recebi um olhar que me pareceu dizer: “O que vc está fazendo? Deixa como está!”.

Acho ótimo a Laura não ter medo do escuro. A velha tática de apagar a luz de um cômodo para que ela saia do mesmo não funciona. Se ela quiser, ela fica lá, no escuro mesmo aprontando.

Todas as noites, ao ir para cama, ela entra no quarto completamente escuro e caminha direto para o berço e fica aguardando que eu a coloque lá. Sem medo algum.

Espero que ela não passe a ter medo quando crescer mais.


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